História

A instituição AECA – Associação de Educação Cultura e Arte, responsável pelo MACS – Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba, apresenta um documento histórico do processo de desenvolvimento da instituição desde a sua criação até os dias de hoje.

Este histórico tem como objetivo balizar todo o processo de readequação do espaço do prédio anexo à Estação Ferroviária de Sorocaba, antigo armazém de alimentos e prédio do Curso Ferroviário, que teve início em 2008, logo após assinatura do Termo de Parceria entre a Prefeitura Municipal de Sorocaba, cessionária dos direitos de posse dos armazéns anexo a estação e a AECA- Associação de Educação, Cultura e Arte Sorocaba.

A instituição tem empenhado esforços para mobilizar recursos para o Restauro, Preservação, Ampliação e requalificação deste importante patrimônio material, tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico, Turístico do Estado de São Paulo-Condephaat desde 2011 sob o registro 64204/2011 e pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Turístico e Paisagístico de Sorocaba-MDP, desde 2016 sob o registro 22.147/2016.

Com a readequação total do prédio, onde atualmente está sediado o museu, as atividades irão beneficiar diretamente a população da cidade e consequentemente da região metropolitana colocando Sorocaba como polo das artes visuais no cenário nacional e dinamizando e revitalizando a região central de Sorocaba, que infelizmente estava abandonada pelos órgãos oficiais na ocasião da inauguração deste museu.

A AECA é uma Associação fundada em 2004 com o objetivo de criar e administrar o Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (MACS).   A instituição foi qualificada como OSCIP em 2007 e conta desde então com o apoio técnico da Prefeitura Municipal de Sorocaba, da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa e através do Sisem, da Secretaria Especial da Cultura, assim como do IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus).

O MACS é fruto do entusiasmo de um aguerrido grupo de empresários, intelectuais e artistas sorocabanos que criaram um museu vivo e dinâmico. Com apoio do poder público e de empresários, o grupo está transformando o antigo armazém ferroviário em um museu, voltado para a contemporaneidade e que será dotado das mais avançadas técnicas museológicas. Este museu não nasceu a partir de uma coleção ou uma grande fortuna, mas sim do desejo de pessoas comuns em criar um espaço voltado para as artes visuais no interior.

Esse projeto também conta com a inestimável colaboração de museólogos, curadores e artistas do cenário nacional e internacional que reforçam a importância da iniciativa e seu próprio ineditismo.  O museólogo Prof. Dr. Fábio Magalhães é o responsável pelo projeto museológico e diretor artístico da unidade e o arquiteto Pedro Mendes da Rocha foi o responsável pela primeira fase do projeto arquitetônico.

A estratégia sempre foi recuperar um monumento importante tombado pelo Condephaat e assim requalificar o relevante patrimônio histórico, passando de um galpão abandonado para um Museu de Arte Contemporânea, dinamizando e revitalizando a região central de Sorocaba.

Abrigado em dois antigos galpões da extinta Estação Ferroviária de Sorocaba, o museu continua sendo requalificado e mantido com recursos privados e públicos através de editais e leis de incentivo e não recebe nenhuma subvenção pública de forma recorrente.  A instituição conta hoje com um espaço expositivo de 350 m² e está finalizando uma nova área expositiva de 700 m². O acervo do museu conta com cerca de 700 obras, com pinturas, gravuras, esculturas, instalações, entre outros.

Uma das mais importantes características da criação do MACS é a descentralização da arte e da cultura, criando um equipamento de qualidade voltado prioritariamente para as artes visuais no interior do Estado de São Paulo, tão carente de equipamentos culturais de qualidade além de criação de um acervo de arte contemporânea, inexistente até então.

O projeto que aqui será apresentado irá habilitar o auditório e as novas salas expositivas onde poderemos implementar a lojinha do museu, o próprio auditório e, ampliar o acesso ao público promovendo maior engajamento da população, incentivando o turismo, capacitando profissionalmente a população interessada, fortalecendo institucionalmente o MACS e promovendo maior sustentabilidade financeira da instituição.

 

Acervo de Obras de Arte

O MACS iniciou suas atividades sem nenhuma obra em seu acervo, porém após 12 anos de abertura ao público somam-se mais de 700 obras que se mantêm em um crescimento gradativo a cada novo ano.

Este conjunto de obras é formado por desenhos, pinturas, gravuras, esculturas, instalações e objetos em sua maioria de artistas brasileiros e de alguns estrangeiros.

Essas obras chegaram ao museu através de doações ou mesmo de compra (viabilizada pela iniciativa privada, editais e projetos incentivados), que permitem sua ampliação; As obras estão inventariadas e à espera de uma catalogação definitiva com um novo programa de acervo.

 

Acervo Bibliográfico

O MACS conta com um acervo de mais de 3 mil livros especializados em artes visuais, design e arquitetura. Este acervo está em fase de catalogação e em meados de 2023 poderá ser disponibilizado ao público.

Mesmo nessas condições, o MACS abre o acesso aos estudantes, mediante a solicitação e permite a utilização desse acervo dentro do espaço da unidade.

Portanto, em breve, haverá espaço adequado para a catalogação, conservação e até empréstimo desses livros, catálogos e revistas para os visitantes cadastrados, respeitando as devidas ordens de uso bibliográfico.

 

Objetivos

Para o melhor entendimento do projeto proposto, é necessário contextualizar a situação atual do museu. O MACS é um museu privado, criado para atender as demandas de uma região que naquele momento da sua criação não tinha nenhum espaço cultural voltado prioritariamente às artes visuais.

O MACS, mesmo sendo privado, não nasce de uma grande coleção ou uma grande fortuna, mas do desejo de cidadãos interessados no desenvolvimento cultural e artístico de sua cidade.

As atividades propostas neste projeto seguem alinhadas com o novo momento em que o mundo se encontra, e esperando que após a pandemia ser controlada, a instituição possa seguir com uma programação artística e educativa sem interrupções e totalmente requalificada para o acolhimento do público.

Para definir e esclarecer os objetivos, é importante demonstrar sobre quais pilares a instituição foi criada.  Esses princípios são os valores sedimentados da instituição e que a mantém enquanto instituição fomentadora de cultura e formadora através de suas ações educativas.

 

São princípios básicos da instituição:

  • Ética;
  • Transparência;
  • Dinamismo;
  • Inovação;
  • Sustentabilidade;
  • Determinação;

 

A partir desses princípios, temos como missão da instituição:

“Manter um Museu de Arte Contemporânea e seu acervo, sendo capaz de operar no mesmo nível técnico das melhores instituições congêneres do país, formando e educando novos públicos para as artes visuais no interior de São Paulo.”

Por fim, a visão do museu para os próximos anos torna-se:

“Aprimorar constantemente a governança da instituição para que seja capaz de alcançar todos os objetivos previstos em seu plano museológico e administrativo”.

 

São objetivos do MACS:

  • Finalizar a requalificação do prédio que abriga o museu;
  • Implementar acessibilidade em todos os espaços físicos do museu, gerando segurança e conforto para todos os públicos;
  • Manter a instituição aberta e acessível a todas as camadas da população, contemplando uma programação com forte teor artístico e educativo e gratuito;
  • Desenvolver de forma ativa a economia local através da demanda de serviços qualificados e treinar sua equipe interna (direta e indireta), para alcançar, manter e alcançar a excelência prevista em nossa missão;
  • Gerar impactos sociais através da arte e cultura, por meio das artes visuais, como forma de diálogo com o ambiente, utilizando do sentimento de inclusão gerado nos visitantes;
  • Aprimorar a governança e gestão financeira buscando maior sustentabilidade.

 

Museólogo Responsável

O MACS é uma instituição que conta com museólogo responsável em sua estrutura.  Graças ao profissional qualificado que possui, a instituição teve seu plano museológico estratégico instituído em 2011.

A importância da manutenção desse profissional e do plano museológico para a instituição está referenciada nos dados do IBRAM (Museus em Números 2010).  Dessa forma o MACS se enquadra nos 31,80% de museus nacionais que possuem esse profissional, essencial para o funcionamento da unidade e 27,6% dos museus que possuem um plano museológico produzido.

O MACS conta com o Prof. Fábio Magalhães, museólogo responsável pelo museu e pelo plano museológico estratégico do MACS.  Esse profissional possui um currículo indelével que o qualifica como determinante para a função.

Fábio Magalhães

  • 1982: Diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1979/1982);
  • 1983: Secretário da Cultura do Município de São Paulo;
  • 1988: Presidente da Embrafilme;
  • 1994: Curador-chefe do MASP (1989/1994);
  • 2001: Curador das 2ª e 3ª bienais de Artes Visuais do Mercosul, em Porto Alegre (1998/2001);
  • 2003: Presidente da Fundação Memorial da América Latina (1995/2003);
  • 2005: Museólogo e ex-curador-chefe do Museu de Arte de São Paulo (MASP), assumiu o cargo de secretário adjunto da Secretaria de Estado da Cultura;
  • 2014: Recebeu o título de “Cidadão Sorocabano” pela Câmara Municipal de Sorocaba.

Foi também professor do Colégio de Aplicação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) e lecionou nas faculdades de Arquitetura da Universidade de Brasília, da Universidade Católica de Campinas e do Instituto Mackenzie. Magalhães integra os conselhos da Fundação Padre Anchieta, da Fundação Bienal de São Paulo, do Instituto Itaú Cultural, do Editorial da Unicamp, do Museu da Casa Brasileira e da revista Política Externa (Paz e Terra). Museólogo responsável pelo projeto museológico do MACS (Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba). Desde 2003 presta consultoria museológica, desde 2010 é o Diretor Artístico do MACS e em 2011 elaborou o projeto museológico.

É o responsável pelo acervo bibliográfico do MACS, tendo feito a doação de mais de 3000 livros e também é responsável por mais de 60% do acervo artístico da instituição.

 

Histórico das atividades

Nesses dezoito anos de existência o MACS está aberto à visitação pública há apenas doze anos, com atividades de acesso gratuito e de atendimento a todos os setores da sociedade.

Foram centenas de atividades, dezenas de exposições, além de cursos, palestras, atividades de formação na área museológica e ações educativas. Foram centenas de milhares de pessoas impactadas de forma direta e indireta.

Público atendido

Como centro de suas ações, o MACS, tem uma estrutura voltada ao atendimento direto do público geral da cidade e da região Metropolitana de Sorocaba (atendendo as 27 cidades da região administrativa com uma população de pouco mais de 2 milhões de habitantes).

O MACS nesse período de existência já recebeu mais de 70.000 pessoas, assim como 800 escolas da rede pública estadual e municipal visitaram o museu participando das atividades educativas de mediação cultural.

Desde 2010 o foco central de suas atividades, está direcionado à formação de público e geração de uma base sólida e consciente de visitantes que se integram ao equipamento, pertencendo a esse processo desde a sua formação. Resultante desse direcionamento, 74% dos visitantes possuem idade escolar de ensino fundamental I e II.

Em 2008, através de sua diretora administrativa, Silvia Stecca, iniciou as tratativas junto a Prefeitura Municipal de Sorocaba, no sentido que ocupar imediatamente o prédio anexo da Estação Ferroviária, cumprindo assim o Termo de Cooperação Técnica assinado em fevereiro deste ano. E também foi realizada uma consulta junto ao Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio que não fez qualquer objeção com relação a reforma e solicitando uma aprovação do Condephaat.

No ano de 2009, muitos contatos do museu com a prefeitura e CMDP foram realizados no sentido de manter algumas reformas urgentes e básicas no espaço, como por exemplo o piso, telhado e paredes. Nesse mesmo ano, por estar a entidade entrando com um Projeto de Incentivo na Lei Rouanet, e atendendo ao CMDP fez-se uma consulta ao Condephaat, através do ofício UPPH/GT 479/09 sobre aprovação do projeto de reforma do prédio, onde será implantado o Macs, recebemos a informação de que o imóvel não era tombado e não estava em estudo de tombamento, estando o projeto isento de aprovação por parte daquele órgão.

Dando continuidade à adequação do espaço, para a instalação do museu, em fevereiro de 2010, iniciou-se as tratativas para a demolição de uma edificação anexa ao edifício histórico.  Os primeiros contatos foram realizados junto ao CMDP que solicitou um parecer do Iphan que respondeu positivamente para a demolição de acréscimos descaracterizados. Em março de 2010, o Macs, solicitou ao IAB- Núcleo Sorocaba, a utilização de uma sala do Chalé Francês, para acomodar seu setor administrativo. Desde a utilização da unidade Chalé Francês o MACS apresenta um número crescente de público, alcançando o auge em 2012 e 2013 (1.200 e 18.000 visitantes respectivamente).

Foi em 2012, que após uma reforma do telhado, realizada com verba da Prefeitura Municipal de Sorocaba, o museu realizou sua primeira exposição no anexo da estação. Esse avanço em 2014 foi reduzido, pois com o início dos processos de reforma a galeria 1 da nova unidade, no anexo da Estação Ferroviária de Sorocaba, passou a não ser mais utilizada.  Dessa forma, todas as atividades de 2014 e 2015 ficaram concentradas na unidade do Chalé Francês.

Em 2013, após um longo trabalho de busca de verba, através da deputada estadual Maria Lúcia Amary, a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo destinou uma verba para a realização da construção do acesso para as dependências do Macs. Essa verba foi gerida pela Prefeitura de Sorocaba, através do Convênio 2012CV00103 e as obras foram iniciadas em 2013 e em 2015, em função de problemas técnicos de cálculos e por estar o país, num momento de uma crise econômica a empresa construtora resolveu por interromper seus trabalhos e as obras foram paradas.

Nessa fase, a empresa iniciou toda a infraestrutura de base, com relação a fundação do prédio, ergueu algumas paredes e instalou a Caixa D´água.

Em 2013, o Museu entrou no Edital do FID e em 2017, assinou o Termo de Parceria do projeto SJDC/FID N. 01/2017 e nos primeiros meses de 2018 iniciaram-se as obras, para requalificação do Salão 2, auditório e banheiros acessíveis e elevador.  Essa obra está em andamento